O Brasil vai ser o primeiro país da América Latina a ter um laboratório público de controle de produtos derivados do tabaco. No ano que vem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, inicia a construção de um centro de análises para identificar os componentes de cigarros, charutos e outros produtos vendidos no País. Para se ter uma ideia, só na fumaça do tabaco podem ser encontradas quase cinco mil substâncias tóxicas. O chefe da Unidade de Controle de Produtos Derivados do Tabaco da Anvisa, André Luiz Oliveira, explica que o objetivo é mapear esses componentes para planejar ações antifumo.
"Existe a questão de a gente estar estabelecendo limites, parâmetros e controlando, o que obviamente vai afetar a indústria do tabaco. Por outro lado, quando a gente começar a ter uma raio-x desse produto, ter um conhecimento mais profundo desse produto, isso vai se traduzir em ações para o fumante, principalmente o fumante que quiser parar de fumar"
O laboratório vai ser construído no Rio de Janeiro e vai integrar a Rede Mundial de Laboratório de Tabaco. A unidade já é vista como referência para vários países, segundo André Luiz Oliveira.
"Do ponto de vista técnico, não existe nenhum laboratório público com essas características no Brasil e também na América Latina e no Caribe. Inclusive, a Organização Mundial de Saúde está muito ansiosa com esse projeto, porque esse laboratório não serviria apenas ao governo brasileiro, mas sim a governos da América Latina, do Caribe e de países africanos que já nos consultaram e teriam interesse em estar trabalhando junto com o Brasil".
O Brasil é considerado o maior exportador de tabaco do mundo. Cerca de duzentas mil pessoas morrem todos os anos no País vítimas de doenças relacionadas ao fumo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário